Encontro de articuladores e assessores das CEBs da América Latina e Caribe.
Santiago, 31 de março de 20011.
Pe. Vileci Coordenador do 13º Intereclesial das CEBs |
Outro ponto em discussão foi a crise do patriarcalismo que gera uma nova imagem de Deus: homem ou mulher? Isso leva ainda muito tempo para uma mudança de imagem. Até então, Deus é tido como um varão onipotente. Fica claro para nós que é importante perceber o Deus dos pequenos, frente a uma dominação, e a sua fragilidade compreendida pelas CEBs, tem contribuído com um outro crescimento possível na América Latina e Caribe: um crescimento mais humano e tolerante diante das diferenças, de onde surge uma mística que envolve muitas pessoas. E, aqui sim, há muitos caminhos que conduzem ao coração.
Existe na América Latina uma dificuldade, por parte da hierarquia, para aceitar a eclesiogênese das CEBs. E, diante de tal situação, surgem as manifestações da religião popular que busca vínculo com o antepassado, numa manifestação ao Jesus ressuscitado. São formas de encontrar sentido, de encontrar forças e autonomia. E o desafio das CEBs tem sido a migração das pessoas em busca da salvação em Cristo crucificado.
Na parte da tarde, a análise de conjuntura sócio-econômico-social aponta que houve um impulso dinamizador por força do movimento social que muito contribuiu com o poder dos governos progressistas, reduzindo o índice de pobreza na América Latina e Caribenha. O ritmo de crescimento econômico se deve a três fatores: A crise econômica nos Estados Unidos, União européia e Japão que corresponde a 50% da economia mundial. Isso obrigou os nossos países a assumirem uma vocação econômica, mas, não se pode perder de vista que existem certos crescimentos que são empobrecedores. E como enfrentamento , passa pelas comunidades a discussão pela conquista dos espaços públicos para se criar alternativas econômicas. E o grande desafio para as CEBs é firmar um trabalho social que fortaleça os grupos familiares, pois estes transmitem afetivamente o sentido da vida. Pois, a família é o grupo de amor incondicional. E, efetivamente, os grupos familiares comunitários nos ajudam a compreender que a defesa do território é a maior sabedoria espiritual e cultural da América Latina.
Pe. Vileci Basílio Vidal
Coord. do 13º Intereclesial