domingo, 29 de maio de 2011

A FESTA DA COLHEITA

“A criação geme em dores de parto" (rm 8,22)

As atividades do ser humano tem mudado o planeta. No século XX a população aumentou e quase a metade da população mundial vive hoje na cidade. Significa que cresceu a produção industrial no campo e na cidade. Por fim, quase 50% da superfície do planeta passaram por transformações em virtude das atividades humanas. Os alimentos, os recursos primários e absolutamente necessários para a vida, atualmente, são gerenciados por um mercado denominado commodities. O interesse de quem comanda este mercado é o lucro, não a disponibilização de alimentos para todas as pessoas. O resultado deste tipo de gerenciamento se reflete nos preços relativamente baixos dos alimentos, o que em tese parece muito bom. Porém, na prática e um desequilíbrio que pesa sobre os pequenos agricultores que, ao se sujeitarem a comercializar seus produtos pelos preços das commodities, estão subsidiando a alimentação dos moradores das cidades. Diante desse quadro, a conclusão é que esse mercado foi desenhado para os grandes produtores que podem fazer uso da tecnologia e produzir segundo o modelo industrial. É um modelo que não tem nenhuma sensibilidade com os pobres que não tendo de onde tirar o seu sustento se transferem para as cidades. Esse sistema produtivo, denominado agronegócio, não se mostra preocupado com o meio ambiente e nem com a saúde das pessoas. Os seus fertilizantes, além de contaminarem lagos e rios, desmata impiedosamente e compromete a saúde de todos.
A celebração da colheita deste ano, realizada hoje na cidade de Alteneira , na diocese de Crato, despertou a atenção de todos sobre o intuito de que os grandes produtores querem  flexibilizar o Código Florestal Brasileiro e abrir novas brechas para a expansão agrícola, desconsiderando a crise ambiental global e o modo de produção dos camponeses, o cuidado com a terra, o meio ambiente e a produção com segurança alimentar. Nosso compromisso, na celebração, é fazer gerar uma economia solidária à medida que todos os que moram na cidade consuma produtos locais: coma frutas, verduras e cereais orgânicos, pois é um modo de valorizar o cultivo que respeita o meio ambiente e se colocar contra um modo de produção que explora, não tem compromisso com a vida e causa grandes crimes ambientais.

Pe. Vileci - CPT/Diocese de Crato