1. O povo de Deus das Comunidades Eclesiais de Base da Diocese de Itapipoca, reunido no 11º Encontro Diocesano de CEBs nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2010 em Itapipoca, com trezentos participantes representando as 27 paróquias e áreas pastorais, compreendendo os 17 municípios de abrangência da diocese. Nestes dias estudamos e refletimos o tema: GRITAR É PRECISO – RESGATANDO VIDAS E DIGNIDADE. Vimos que o grito por dignidade foi uma premissa do povo de Deus no Antigo Testamento. Muitos foram os que pediram a Jesus que lhes devolvessem a vida e a dignidade.
2. No discurso de abertura e na homilia, D. Antônio Roberto Cavuto, bispo diocesano de Itapipoca, fez referência a identidade das CEBs, ressaltando as bases que dão sustentáculo a vida em comunidade: Oração, escuta da Palavra de Deus, Eucaristia e vida comunitária organizada que se encontram movidas pela fé. O grito de que trata o encontro não é qualquer grito, mas o grito que demanda dos anseios e das reflexões do povo de Deus como sinal da vivência encarnada da fé.
3. Partindo desta reflexão analisamos nossa situação nos dias de hoje e nos dividimos em oficinas por áreas de interesse, a saber: captação e armazenamento de água da chuva, programa “uma terra e duas águas”, relações de gênero, CEBs identidade e missão, convivência com o semiárido, povos quilombolas, povos indígenas e reforma agrária sustentável. Analisamos as conquistas alcançadas e as experiências exitosas pelas quais louvamos a Deus. Mas constatamos que são experiências localizadas que precisam alcançar maior abrangência com caráter de políticas públicas. Constatamos ainda que precisamos lutar pela agilização da demarcação de terras das áreas indígenas, superação do preconceito de gênero e efetivação das leis que garantam a universalização dos direitos conforme os princípios constitucionais. Referimo-nos aqui aos direitos dos negros, mulheres e indígenas, manifestados no encontro, tais como: demarcação das terras indígenas, inserção dos negros nas faculdades, implantação de delegacia das mulheres com profissionais qualificados, facilidade de acesso ao crédito para a trabalhadora rural. Apoio aos jovens no sentido de possibilitar o acesso a projetos de reabilitação de dependentes químicos, profissionalização dos jovens da área urbana e zona rural gerando oportunidade de inserção no mundo do trabalho.
4. Agilizar políticas públicas em combate a especulação imobiliária nas praias e aos projetos de carcinicultura nos rios e mangues. Efetivação do sistema de segurança pública nas praias e comunidades rurais. Garantia de educação contextualizada à realidade vivida pelas comunidades e melhorar a qualidade do serviço de saúde nas comunidades rurais. Democratização da terra através da reforma agrária, políticas públicas que garantam uma segurança hídrica e alimentar e pedimos também políticas voltadas para o reflorestamento de matas ciliares, revitalização de rios, saneamento básico e sistemas de abastecimento de água; melhorar a estrutura das vias de acesso às comunidades para facilitar o escoamento da produção e mobilidade da população. Implantação de micro indústrias para processamento e beneficiamento da produção. Sentimos a necessidade de assistência técnica que oriente a comunidade no aproveitamento da cultura da região.
5. Diante dos desafios apresentados, fazemos um apelo às Comunidades Eclesiais de Base, para que vivam o projeto de evangelização e pastoral que a diocese está implementando num processo organizado e participativo e se qualifiquem sempre mais como comunidades eclesiais. Aos pastores da nossa diocese para que assumam com empenho a formação das comunidades e apoio no processo. Às autoridades públicas para que se sensibilizem ao grito das comunidades e implementem as políticas públicas supra mencionadas. Ao povo de Deus em geral e às pessoas de boa vontade para que se unam a nós na luta pelo resgate de vida e dignidade.
Itapipoca, 28 de fevereiro de 2010.
FONTE: PASCOM DA DIOCESE DE ITAPIPOCA
2. No discurso de abertura e na homilia, D. Antônio Roberto Cavuto, bispo diocesano de Itapipoca, fez referência a identidade das CEBs, ressaltando as bases que dão sustentáculo a vida em comunidade: Oração, escuta da Palavra de Deus, Eucaristia e vida comunitária organizada que se encontram movidas pela fé. O grito de que trata o encontro não é qualquer grito, mas o grito que demanda dos anseios e das reflexões do povo de Deus como sinal da vivência encarnada da fé.
3. Partindo desta reflexão analisamos nossa situação nos dias de hoje e nos dividimos em oficinas por áreas de interesse, a saber: captação e armazenamento de água da chuva, programa “uma terra e duas águas”, relações de gênero, CEBs identidade e missão, convivência com o semiárido, povos quilombolas, povos indígenas e reforma agrária sustentável. Analisamos as conquistas alcançadas e as experiências exitosas pelas quais louvamos a Deus. Mas constatamos que são experiências localizadas que precisam alcançar maior abrangência com caráter de políticas públicas. Constatamos ainda que precisamos lutar pela agilização da demarcação de terras das áreas indígenas, superação do preconceito de gênero e efetivação das leis que garantam a universalização dos direitos conforme os princípios constitucionais. Referimo-nos aqui aos direitos dos negros, mulheres e indígenas, manifestados no encontro, tais como: demarcação das terras indígenas, inserção dos negros nas faculdades, implantação de delegacia das mulheres com profissionais qualificados, facilidade de acesso ao crédito para a trabalhadora rural. Apoio aos jovens no sentido de possibilitar o acesso a projetos de reabilitação de dependentes químicos, profissionalização dos jovens da área urbana e zona rural gerando oportunidade de inserção no mundo do trabalho.
4. Agilizar políticas públicas em combate a especulação imobiliária nas praias e aos projetos de carcinicultura nos rios e mangues. Efetivação do sistema de segurança pública nas praias e comunidades rurais. Garantia de educação contextualizada à realidade vivida pelas comunidades e melhorar a qualidade do serviço de saúde nas comunidades rurais. Democratização da terra através da reforma agrária, políticas públicas que garantam uma segurança hídrica e alimentar e pedimos também políticas voltadas para o reflorestamento de matas ciliares, revitalização de rios, saneamento básico e sistemas de abastecimento de água; melhorar a estrutura das vias de acesso às comunidades para facilitar o escoamento da produção e mobilidade da população. Implantação de micro indústrias para processamento e beneficiamento da produção. Sentimos a necessidade de assistência técnica que oriente a comunidade no aproveitamento da cultura da região.
5. Diante dos desafios apresentados, fazemos um apelo às Comunidades Eclesiais de Base, para que vivam o projeto de evangelização e pastoral que a diocese está implementando num processo organizado e participativo e se qualifiquem sempre mais como comunidades eclesiais. Aos pastores da nossa diocese para que assumam com empenho a formação das comunidades e apoio no processo. Às autoridades públicas para que se sensibilizem ao grito das comunidades e implementem as políticas públicas supra mencionadas. Ao povo de Deus em geral e às pessoas de boa vontade para que se unam a nós na luta pelo resgate de vida e dignidade.
Itapipoca, 28 de fevereiro de 2010.
FONTE: PASCOM DA DIOCESE DE ITAPIPOCA
