terça-feira, 26 de janeiro de 2010

GRANDE PORTO ALEGRE PRONTA PARA O FÓRUM SOCIAL 10 ANOS

O Fórum Social Mundial - FSM nasceu e alcançou todos os continentes. No ano em que completa dez anos, o evento realiza, entre os dias 25 e 29 de janeiro, uma intensa atividade comemorativa, na Grande Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que vai se desdobrar em fóruns locais e regionais, em diversos países. As atividades do Fórum Social 10 Anos serão o começo das ações, que culminarão em 2011 no FSM de Dakar no Senegal, África, sendo este o próximo evento centralizado, à exemplo do que aconteceu em 2009 em Belém, no Pará.
Segundo o empresário Oded Grajew, um dos idealizadores do FSM, a ideia começou a ser gestada no ano 2000, quando foram feitos os primeiros contatos com personalidades brasileiras e estrangeiras sobre a realização de um grande foro mundial de debates sociais. Era o auge do neoliberalismo, defendido como modelo para levar o mundo à prosperidade. Ao concentrar as forças para concretizar o Fórum, em 2001, o grupo teve de enfrentar contrariedades, como a do então presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso, que chegou a comentar que se tratava de um bando de retrógados buscando voltar à era pré-industrial.
Em 2001, cerca de 20 mil pessoas se reuniam em Porto Alegre, na construção de "um outro mundo". A grande mídia ignorou o feito não dando espaço para mostrar a novidade. Surgia ali o FSM, que tinha como objetivo desfazer a dominação das regras econômica impostas pelos países mais ricos no Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça).
Com o passar dos anos, o FSM se firmou e conquistou espaço nacional e internacionalmente, com participação crescente de pessoas e multiplicação de Fóruns Regionais, Nacionais e Locais em diversas partes do mundo. Em 2009, nove anos após a primeira edição do FSM, Belém, no Pará (Brasil), recebeu 150.000 participantes. Uma demonstração de gente unida no propósito e pensamento de que um mundo melhor e mais justo é mesmo cada vez mais urgente.
O processo permanente do Fórum tornou-se um ótimo instrumento para que organizações e movimentos sociais busquem sua articulação e união diante da ideologia capitalista neoliberal em crise, mas que ainda domina inteiramente corações e mentes em todo o planeta. Contudo, há ainda muitas regiões do mundo, especialmente na África e Ásia, em que o processo Fórum ainda não chegou a ter uma presença significativa.
Para os organizadores, o desafio é o de conseguir que prevaleça a visão de conjunto e de longo prazo, apesar da extrema urgência da mudança. Muitas vezes a angústia por resultados palpáveis leva a tomar caminhos que podem se bloquear mais adiante. A experiência dos dez anos de caminhada, no entanto, fortalece e continuidade do processo.

Jaime Carlos Patias, imc *
FONTE: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=44497