
Militante pelo movimento agrário da região, irmã Geraldinha também já recebeu três ameaças de morte por telefone. Duas delas - no final de 2008 e há cerca de quatro meses - informavam que seu carro seria tombado na estrada. Outra - há dois meses - afirmava que "tirariam sua vida" e "colocariam fogo no acampamento" do MSTalign conflitos se dão por causa da força dos latifundiários, que contam com representantes fortes no poder público, no poder judiciário", considerou irmã Geraldinha, que integra a Comissão Pastoral da Terra (CPT) no Vale do Jequitinhonha. Há 17 anos, irmã Geraldinha defende a causa da reforma agrária na região do Baixo Jequitinhonha, tida como a de maior concentração latifundiária de Minas Gerais. Ela faz parte da Congregação das Irmãs Romanas de São Domingos e é vice-presidente do Grupo de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos (GADDH) de Salto da Divisa, município mineiro.
Também integrante da CPT na região, Edivaldo Ferreira afirmou que os conflitos por terra não se restringem à cidade de Salto da Divisa e se estendem por vários municípios do baixo Jequitinhonha, como Jordânia e Joaíma. Em Felisburgo, por exemplo, cinco trabalhadores rurais foram assassinados e doze ficaram feridos, em novembro de 2004, devido a conflitos agrários.
"Quando os fazendeiros chegaram aqui, já havia posseiros, que vieram do sul da Bahia pro Baixo Jequitinhonha, que é mais fértil pra agricultura. Os fazendeiros acabaram forçando o êxodo-rural pra cidade, mas o movimento sindical e, nos últimos dez anos, o MST está enfrentando essa situação aqui", contextualizou Edivaldo.
"Quando os fazendeiros chegaram aqui, já havia posseiros, que vieram do sul da Bahia pro Baixo Jequitinhonha, que é mais fértil pra agricultura. Os fazendeiros acabaram forçando o êxodo-rural pra cidade, mas o movimento sindical e, nos últimos dez anos, o MST está enfrentando essa situação aqui", contextualizou Edivaldo.
As 85 famílias acampadas na Fazenda do Gustavo esperam a desapropriação da Fazenda Fundação Tinô da Cunha, a 35 km de Salto da Divisa. O decreto de desapropriação foi aprovado em 2006, mas os donos da fazenda pediram um segundo laudo, já divulgado em janeiro de 2009. O novo documento dá parecer favorável à desapropriação, alegando que as terras são improdutivas. Agora, os trabalhadores rurais esperam apenas a sanção do presidente da República para construir assentamento no local e iniciar a produção agrícola.