quarta-feira, 18 de novembro de 2009

MEMÓRIA DO POVO NEGRO NO SERTÃO DE ASSARÉ

Oswald Barroso, nos seus escritos sobre a arte e a cultura na construção da reforma agrária (2005), relata que os negros predominantes no sertão do Cariri vieram do Congo na África.
Os negros foram introduzidos em nosso território como escravos acompanhando e sob as ordens de mamelucos e/ou brancos, tangendo as manadas de gado que penetravam o sertão cearense. Embora o Ceará seja um dos estados do Nordeste de menor presença negra, os habitantes africanos e seus descendentes chegaram a ser, em 1851, 35.011. Aqui eles foram aproveitados como mão-de-obra nos engenhos de cana, serviçais domésticos, trabalhos de minas e no pastoreio do gado, dando inicio ao ciclo do gado com a figura do vaqueiro.
Barão de Aquiraz era dono dos escravos nessas terras que, em torno do ciclo do gado, os faz vaqueiros para pastorear e cuidar de suas terras.
A luta com o gado na caatinga faz do vaqueiro o cavaleiro andante do sertão que vai deixando seus traços vivos e presentes até os dias de hoje.
No dia 20 de novembro, vamos celebrar a memória negra enfatizando a positividade do negro que ajudou a construir a nossa terra. “A consciência negra precisa ser nacional e a consciência nacional precisa ser negra” (Frei David Santos, OFM).
Participe você também deste evento e juntos ajudaremos a gestar outro Brasil sem preconceitos.

Pe. Vileci Basílio Vidal
CPT/CE
ACESSOR DAS CEBs REGIONAL NORDESTE I